| Os dois jornalistas, detidos na Bielorrússia e na Geórgia, são os laureados do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento de 2025, que será entregue no dia 16 de dezembro. Ao anunciar os laureados no hemiciclo, quarta-feira, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, afirmou: “Ao atribuir o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento deste ano a Andrzej Poczobut, da Bielorrússia, e a Mzia Amaglobeli, da Geórgia, prestamos homenagem a dois jornalistas cuja coragem brilha como um farol para todos os que se recusam a ser silenciados. Ambos pagaram um preço elevado por dizer a verdade ao poder, tornando-se símbolos da luta pela liberdade e pela democracia. O Parlamento está ao seu lado e ao lado de todos aqueles que continuam a exigir liberdade”. Andrzej Poczobut é jornalista, ensaísta, bloguista e ativista da minoria polaca na Bielorrússia. Conhecido crítico do regime de Alexander Lukashenko e autor de textos sobre história e direitos humanos, Andrzej Poczobu foi muitas vezes detido, encontrado-se preso numa colónia penal desde 2021, depois de condenado a uma pena de oito anos. Desde então, a sua saúde piorou mas, apesar de não receber os cuidados médicos de que necessita, continua a lutar pela liberdade e pela democracia. O atual estado de saúde de Andrzej Poczobut é desconhecido e as visitas de família não estão autorizadas. Numa resolução aprovada em 15 de março de 2023, o Parlamento apelou à libertação imediata e incondicional de Andrzej Poczobut, afirmando que as acusações contra ele eram “politicamente motivadas” e “visavam silenciar vozes independentes e suprimir a liberdade de expressão e de associação”. Mzia Amaglobeli, jornalista georgiana e diretora dos meios de comunicação social em linha Batumelebi e Netgazeti, foi detida em janeiro de 2025 por ter participado em manifestações antigovernamentais na Geórgia. Em agosto, foi condenada a dois anos de prisão por motivos políticos. Primeira prisioneira política da Geórgia desde a independência do país e defensora da liberdade de expressão, Mzia Amaglobeli tornou-se a figura de proa do movimento de protesto pró-democracia da Geórgia, opondo-se a partido no poder “Sonho Georgiano” desde as eleições contestadas de outubro de 2024. Numa resolução aprovada em 19 de junho de 2025, o Parlamento Europeu apelou à libertação imediata e incondicional de Mzia Amaglobeli, condenando “os ataques sistémicos do regime do Sonho Georgiano às instituições democráticas, à oposição política, aos meios de comunicação social independentes, à sociedade civil e à independência do poder judicial”. Parlamento apoia os defensores da democracia e da liberdade de expressão O Parlamento Europeu é um apoiante firme da oposição democrática na Bielorrússia, tendo atribuído a este movimento o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento em 2020. Em maio de 2024, a presidente Roberta Metsola assinou uma carta de intenções para reforçar a cooperação entre o Parlamento Europeu e as forças democráticas na Bielorrússia. Numa sessão plenária formal em Estrasburgo, em 22 de outubro de 2025, o Parlamento Europeu deu as boas-vindas a dois importantes líderes da oposição da Bielorrússia, Sergey Tihanovski e Sviatlana Tsikhanouskaya, adotando uma nova resolução sobre a situação na Bielorrússia. Em novembro de 2024, o Parlamento Europeu defendia que a Geórgia repetisse as eleições, após a contestação ao escrutínio do mês anterior. Em julho de 2025, os eurodeputados adotaram uma resolução em que lamentavam o retrocesso democrático e a repressão na Geórgia e notavam que o atual Governo georgiano estava a comprometer a via de adesão do país à UE. Os membros do Parlamento apelaram à UE e aos Estados-Membros para que impusessem sanções pessoais bilaterais e coordenadas aos principais funcionários do partido “Sonho Georgiano”, enquanto pediam à Comissão Europeia que analisasse a aplicação do Acordo de Associação UE-Geórgia. Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento Designado em homenagem ao físico e dissidente político soviético Andrei Sakharov, o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento é a mais alta distinção da União Europeia no domínio dos direitos humanos. É atribuído todos os anos, desde 1988, pelo Parlamento Europeu, a indivíduos, grupos ou organizações como reconhecimento por um trabalho de defesa dos direitos humanos, da liberdade de expressão e dos valores democráticos. Vários laureados com o Prémio Sakharov também foram distinguidos com o Prémio Nobel da Paz. Mais recentemente, Maria Corina Machado, laureada com o Prémio Sakharov em 2024 na Venezuela, foi galardoada com o Prémio Nobel da Paz 2025. Outros exemplos incluem Nelson Mandela, Malala Yousafzai, Denis Mukwege, Nadia Mourad, Ales Bialiatski and Oleksandra Matviichuk. Lista dos anteriores laureados com o Prémio Sakharov |
| Para saber mais Sítio Web do Prémio Sakharov Serviço de Estudos do Parlamento Europeu: A situação na Bielorrússia, cinco anos após as eleições presidenciais fraudulentas Centro Multimédia do Parlamento Europeu: Prémio Sakharov Comissão dos Assuntos Externos Comissão do Desenvolvimento Subcomissão dos Direitos Humanos |
Fonte: Gabinete do Parlamento Europeu em Portugal