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‘Minuto Europa’: uma rubrica para ouvir, a partir de hoje, na RCL

A partir desta segunda-feira (1 de Novembro) pode acompanhar na antena da RCL a rubrica ‘Minuto Europa’. Uma rubrica que lhe dá a conhecer mais sobre as instituições europeias, a legislação, os interesses locais e regionais, os financiamentos, os negócios, estágios, emprego e voluntariado.

Esta é uma iniciativa da Rádio Clube da Lourinhã e do EUROPE DIRECT Oeste, Lezíria e Médio Tejo – um Centro Oficial da Comissão Europeia, que se constitui como um ponto de acesso para todos os que se interessam e querem saber mais sobre a União Europeia.

Localizado na sede da Leader Oeste – a Associação para o Desenvolvimento e Promoção Rural do Oeste –, no Cadaval, o Centro EUROPE DIRECT abriu em 2013, dedicando-se apenas aos 12 municípios da Região do Oeste. A 1 de Janeiro de 2018 este Centro passou a abranger também a região da Lezíria do Tejo (11 municípios). Em Maio deste ano, o Centro expandiu-se e passou a integrar a região do Médio Tejo (13 municípios).

O EUROPE DIRECT Oeste, Lezíria e Médio Tejo organiza, durante todo o ano, atividades em parceria com as mais diversas entidades da Região Oeste, da Região da Lezíria do Tejo e da Região do Médio Tejo. Fique a par das atividades promovidas pelo centro através do site e das redes sociais.

A rubrica ‘Minuto Europa’ pode ser acompanhada na RCL, todos os dias, às 10h30 e às 17h30.

“O comboio está no coração do imaginário europeu” – Por Carlos Cipriano, Jornalista do Público

O Connecting Europe Express, que partiu de Lisboa a 2 de Setembro, chegou a Paris a 7 de Outubro, depois de uma viagem de 20 mil quilómetros ao longo de 26 países.

Teve alguns percalços: partiram um vidro à carruagem alemã e a carruagem francesa teve uma avaria.

Na República Checa, amigos do alheio roubaram-lhe o que puderam, desde sacos do lixo aos routers que asseguravam a Internet a bordo. E entre a Dinamarca e a Suécia, durante a travessia de um extenso túnel sobre o mar do Oresund, todos os passageiros tiveram de ficar fechados na carruagem-cama austríaca porque as autoridades dinamarquesas entenderam que as restantes carruagens não estavam homologadas para circular naquele troço.

Mas o que releva desta travessia por todas as geografias do continente europeu foi a forma como este comboio foi recebido por onde passou.

Desirée Oen, da Comissão Europeia (DG Move), que fez parte da tripulação, destacou a Roménia, Portugal, Grécia e Croácia como os países “mais acolhedores e mais calorosos” na recepção ao Connecting Europe Express. Em contrapartida, nos países nórdicos, a atitude foi mais fria.

“Imagina o que é chegarmos a uma pequena cidade da Roménia à meia-noite e meia e estar o presidente da Câmara e centenas de pessoas à nossa espera para nos saudar?”, recorda Desirée Oen.

Nas inúmeras localidades onde o comboio parou houve sempre cerimónias com autoridades locais e nacionais a dar as boas vindas ao Comboio Europeu, a sublinhar as vantagens do modo ferroviário face aos outros modos de transporte para uma mobilidade mais sustentável e, claro, a reivindicar também à Comissão Europeu mais investimento nos caminhos-de-ferro locais.

Mas havia também outro tipo de recepções, mais espontâneas e sentidas, como a que assistimos em Thionville (França) por um grupo de jovens do liceu La Providence, que receberam o comboio com bandeiras de todos os países europeus. Nesta cidade, perto da fronteira luxemburguesa, procedeu-se à troca da locomotiva daquele país por uma locomotiva francesa e o comboio prosseguiu o seu trajecto até Estrasburgo. Pelo caminho atravessou estações enormes, com dezenas de linhas, ramais para comboios de mercadorias, complexos industriais, alguns encerrados. Era esta a geografia económica da CECA – Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, que esteve na origem da CEE e da UE.

Em Estrasburgo houve também discursos à chegada e uma cerimónia que durou a tarde inteira.

No dia seguinte, 7 de Outubro, para a última etapa do comboio até Paris, a SNCF pôs uma maquinista aos comandos do Connecting Europe Express. Ségolène le Montagner, 29 anos, foi, de alguma forma, uma das estrelas do dia. Jean-Pierre Farandou, presidente dos caminhos-de-ferro franceses, fez questão de assinalar que pretende mais igualdade de género num sector que é tradicionalmente masculino (e teve, por isso, uma salva de palmas muito espontânea).

O Comboio Europeu foi recebido na Gare du Lest com o Hino à Alegria, de Beethoven (também conhecido como Hino da Europa) e por uma série de individualidades, para além de algum público, onde predominavam jovens estudantes e ambientalistas.

Clément Beaune, secretário de Estado francês dos Assuntos Europeus afirmou que “o comboio está no coração do imaginário europeu” pois basta olhar para a literatura e para o cinema do Velho Continente e ver a importância do caminho-de-ferro. E o ministro dos Transportes, Jean-Pierre Djebarri anunciou que o objectivo da França é duplicar até 2030 o número de passageiros e o número de toneladas de mercadorias transportados sobre carris. Um objectivo ambicioso, mas justificado pela importância do comboio no combate às alterações climáticas.

O Connecting Europe Express foi uma iniciativa da Comissão Europeu com o objectivo de promover o uso do comboio como meio de transporte durável, acessível, económico, rápido, seguro e sustentável.

 

Carlos Cipriano

Jornalista

• Carlos Cipriano, natural do Bombarral e residente nas Caldas da Rainha, é jornalista do Público e aceitou pro bono partilhar com o Europe Direct Oeste, Lezíria e Médio Tejo a sua experiência a bordo do Connecting Europe Express.

À saída do Luxemburgo.

Recepção ao comboio em Thionville por jovens do liceu La Providence.

Interior da carruagem panorâmica suíça, que fazia parte da composição.

Ségolène le Montagner, a maquinista francesa que conduziu o Comboio Europeu na última etapa entre Estrasburgo e Paris.

Jovem activista que reclama um maior investimento nos comboios nocturnos como alternativa às viagens aéreas de média distância.

Paris, a cidade destino do Connecting Europe Express.

Acabar com os resíduos eletrónicos e a frustração dos consumidores: Comissão propõe carregador comum para dispositivos eletrónicos

A Comissão dá hoje um passo importante no combate aos resíduos eletrónicos e aos inconvenientes para os consumidores provocados pela multiplicação de carregadores diferentes e incompatíveis para dispositivos eletrónicos.

Anos de trabalho com o setor numa abordagem voluntária já resultaram na redução do número de carregadores de telemóveis de 30 para três na última década, mas não produziram uma solução completa. A Comissão apresenta agora legislação para estabelecer uma solução comum de carregamento para todos os dispositivos relevantes.

Com a proposta de revisão da Diretiva Equipamento de Rádio hoje apresentada, a porta de carregamento e a tecnologia de carregamento rápido serão harmonizadas: a porta normalizada para todos os telemóveis inteligentes, tabletes, câmaras, auscultadores, altifalantes portáteis e consolas de videojogos portáteis passará a ser USB-C. Além disso, a Comissão propõe desagregar a venda de carregadores da venda de dispositivos eletrónicos. Esta medida melhorará a conveniência dos consumidores e reduzirá a pegada ambiental associada à produção e eliminação de carregadores, apoiando assim as transições ecológica e digital.

Margrethe Vestager, vice-presidente executiva de Uma Europa Preparada para a Era Digital, declarou: «Já chega de frustrações para os consumidores europeus devido aos carregadores incompatíveis que se acumulam nas suas gavetas. Demos muito tempo ao setor para encontrar as suas próprias soluções, chegou o momento de tomar medidas legislativas para um carregador comum. É uma importante vitória para os nossos consumidores e o nosso ambiente, e está em consonância com as nossas ambições ecológicas e digitais.»

O Comissário Thierry Breton, responsável pelo Mercado Interno, declarou: «Os carregadores alimentam todos os nossos dispositivos eletrónicos essenciais. Com cada vez mais dispositivos, vendem-se cada vez mais carregadores que não são intercambiáveis nem necessários. Vamos acabar com isso. Com a nossa proposta, os consumidores europeus poderão utilizar um carregador único para todos seus dispositivos eletrónicos portáteis — um passo importante para aumentar a conveniência e reduzir os resíduos.»

Hoje, a Comissão propõe:

uma porta de carregamento harmonizada para os dispositivos eletrónicos: a porta comum será USB-C. Assim, os consumidores poderão carregar os seus dispositivos com o mesmo carregador USB-C, independentemente da sua marca.

harmonização da tecnologia de carregamento rápido: ajudará a evitar que diferentes produtores limitem injustificadamente a velocidade de carregamento, e ajudará a garantir que a velocidade de carregamento é idêntica ao utilizar qualquer carregador compatível com um dispositivo.

desagregação da venda de um carregador da venda do dispositivo eletrónico: os consumidores poderão adquirir um novo dispositivo eletrónico sem um novo carregador. Tal limitará o número de carregadores indesejados adquiridos ou por utilizar. Estima-se que a redução da produção e eliminação de novos carregadores diminua a quantidade de resíduos eletrónicos em quase mil toneladas por ano,

melhor informação para os consumidores: os produtores terão de fornecer informações pertinentes sobre o desempenho de carregamento, incluindo informações sobre a potência requerida pelo dispositivo e se este permite uma carga rápida. Será assim mais fácil para os consumidores ver se os seus carregadores existentes satisfazem os requisitos do novo dispositivo ou ajudá-los a escolher um carregador compatível. Juntamente com as outras medidas, isto permitirá aos consumidores limitar o número de novos carregadores adquiridos e poupar 250 milhões de EUR por ano na aquisição de carregadores desnecessários.

A revisão da Diretiva Equipamento de Rádio faz parte de uma ação mais vasta da Comissão no âmbito da sustentabilidade dos produtos, em especial da eletrónica no mercado da UE, que será o foco de uma futura proposta sobre produtos sustentáveis.

Próximas etapas

A proposta hoje apresentada de revisão da Diretiva Equipamento de Rádio terá agora de ser adotada pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho através do processo legislativo ordinário (codecisão). O setor terá muito tempo para se adaptar antes da entrada em vigor graças a um período de transição de 24 meses a contar da data de adoção.

Para se chegar a um carregador comum, é necessária a plena interoperabilidade de ambos os lados do cabo: o dispositivo eletrónico e a fonte de alimentação externa. A interoperabilidade no terminal do dispositivo é, de longe, o maior desafio, e será alcançada com a proposta de hoje. A interoperabilidade da fonte de alimentação externa será abordada numa revisão do Regulamento Conceção Ecológica. Esta revisão será lançada ainda este ano, para que a sua entrada em vigor possa ser alinhada com a proposta de hoje.

Contexto

Em 2020, foram vendidos na UE aproximadamente 420 milhões de telemóveis e outros dispositivos eletrónicos portáteis. Em média, cada consumidor tem três carregadores de telemóveis, dos quais utiliza dois regularmente. Apesar disso, 38 % dos consumidores tiveram problemas pelo menos uma vez por não conseguirem carregar o seu telemóvel, porque os carregadores disponíveis eram incompatíveis. A situação é não só inconveniente como também onerosa para os consumidores, que gastam anualmente cerca de 2 400 milhões de EUR em carregadores autónomos que não são vendidos com dispositivos eletrónicos. Além disso, estima-se que os carregadores eliminados e não utilizados representem até 11 000 toneladas de resíduos eletrónicos por ano.

A fim de confrontar os desafios para os consumidores, bem como para o ambiente, a Comissão tem vindo a apoiar, desde 2009, uma solução comum de carregamento para telemóveis e dispositivos eletrónicos semelhantes. A Comissão começou por facilitar um acordo voluntário por parte do setor em 2009, que resultou na adoção do primeiro memorando de entendimento e conduziu à redução do número de soluções de carregamento existentes para telemóveis no mercado de 30 para três. Na sequência do termo de vigência do Memorando em 2014, o setor apresentou uma nova proposta em março de 2018, que foi considerada insatisfatória, por não constituir uma solução comum de carregamento nem melhorar a comodidade dos consumidores e reduzir os resíduos eletrónicos.

Mais Informações

Perguntas e Respostas sobre a proposta da Comissão relativa a uma solução comum de carregamento para dispositivos eletrónicos

Ficha informativa sobre a proposta da Comissão relativa a uma solução comum de carregamento para dispositivos eletrónicos

Proposta de diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho que altera a Diretiva 2014/53/UE relativa à harmonização da legislação dos Estados-Membros respeitante à disponibilização de equipamentos de rádio no mercado (documentos de trabalho dos serviços da Comissão aqui e aqui )

Comissão lança nova aplicação Erasmus+ que integra Cartão Europeu de Estudante

A Comissão lançou hoje a nova aplicação Erasmus+, assinalando um novo marco na digitalização do programa Erasmus+.

A nova aplicação, disponível em todas as línguas da UE, proporcionará a cada estudante um Cartão Europeu de Estudante digital, válido em toda a União Europeia.

O futuro é digital e esta aplicação renovada assegurará que os estudantes utilizem ainda menos papel. 

Graças à nova aplicação, que funciona nos sistemas Android e iOS, os estudantes poderão: pesquisar e selecionar o seu destino entre os parceiros da sua universidade; assinar o seu acordo de aprendizagem em linha; descobrir eventos e conselhos úteis sobre o seu destino e entrar em contacto com outros estudantes; e obter o Cartão Europeu de Estudante para ter acesso a serviços, museus, atividades culturais e condições especiais na universidade e no país de acolhimento. 

Mais de 4 000 universidades estão atualmente envolvidas na rede Erasmus Without Paper (Erasmus sem papel), que lhes permite trocar dados de forma segura e identificar mais facilmente acordos de aprendizagem.

Esta cooperação digital permite a implementação e o amplo reconhecimento do Cartão Europeu de Estudante. 

Mais informações no comunicado de imprensa e nas declarações à imprensa da comissária Mariya Gabriel.

Conferência sobre o Futuro da Europa: os cidadãos na linha da frente

O primeiro dos quatro Painéis de Cidadãos Europeus dará início aos seus trabalhos com uma reunião em Estrasburgo, de 17 a 19 de setembro de 2021.

Os painéis ocupam um lugar central na Conferência sobre o Futuro da Europa e juntarão 800 cidadãos de todas as origens, vindos dos quatro cantos da UE. De setembro de 2021 a janeiro de 2022, quatro painéis representativos da diversidade demográfica e social da UE, compostos por 200 cidadãos cada um, irão deliberar e formular recomendações concretas sobre o rumo pretendido para a Europa. Um terço, no mínimo, dos participantes em cada painel terá menos de 25 anos.

Num ambiente multilingue, os participantes de cada painel reunir-se-ão três vezes para debater, respetivamente, os seguintes temas:

1) uma economia mais forte, justiça social, emprego / educação, juventude, cultura, desporto / transformação digital,

2) democracia / valores europeus, direitos, Estado de direito, segurança,

3) alterações climáticas, ambiente / saúde, e

4) UE no mundo / migração.

Cada painel terá tido uma primeira reunião para lançamento dos trabalhos antes do próximo Plenário da Conferência que terá lugar a 22 e 23 de outubro.

A Conferência sobre o Futuro da Europa e os Painéis de Cidadãos Europeus em particular constituem um exercício transnacional e multilingue sem precedentes em democracia deliberativa, um exercício que atribui aos cidadãos europeus um papel central na definição do futuro da UE. Como parte na conferência, os cidadãos podem também expor as suas ideias numa plataforma digital multilingue e no âmbito de um conjunto de iniciativas organizadas aos níveis nacional e europeu.

Os Painéis de Cidadãos Europeus terão em conta as contribuições da Plataforma Digital Multilingue da Conferência, a começar pelo primeiro relatório intercalar publicado em 15 de setembro. As suas deliberações apoiar-se-ão também nas recomendações formuladas no âmbito dos painéis nacionais organizados em todos os Estados-Membros no contexto da conferência.

Até à última reunião dos painéis, estes 800 cidadãos formularão recomendações que serão apresentadas e debatidas no Plenário da Conferência. Os 20 cidadãos selecionados a partir dos participantes de cada painel deliberarão em conjunto com os representantes das instituições e órgãos consultivos da UE, parlamentos nacionais, parceiros sociais, sociedade civil e outras partes interessadas – todos na qualidade de membros de pleno direito do Plenário da Conferência. Depois de estas recomendações terem sido colocadas à apreciação e debatidas com os cidadãos, o Plenário da Conferência apresentará, na base do consenso, propostas à Comissão Executiva, que elaborará um relatório em plena colaboração com o plenário e em total transparência. As três instituições – o Parlamento Europeu, o Conselho da UE e a Comissão Europeia – comprometeram-se a analisar rapidamente a forma de dar eficazmente seguimento ao relatório, nas suas esferas de competências e em conformidade com os Tratados da UE.

Próximas etapas

Nas suas primeiras reuniões, os painéis debaterão as diferentes visões dos cidadãos para o futuro e escolherão os subtemas em que pretendem centrar as suas deliberações. Selecionarão igualmente os seus representantes para o Plenário da Conferência.

A primeira reunião de cada painel terá lugar em Estrasburgo (isto é, Painel 1: de 17 a 19 de setembro, Painel 2: de 24 a 26 de setembro, Painel 3: de 1 a 3 de outubro e Painel 4: de 15 a 17 de outubro), a segunda será em linha e a terceira em institutos europeus de várias cidades da UE (Dublim, Florença, Varsóvia e Maastricht), no pleno respeito das medidas sanitárias e de segurança aplicáveis. Os dois primeiros painéis apresentarão e debaterão as suas recomendações no Plenário da Conferência em dezembro de 2021 e o terceiro e quarto painéis em janeiro de 2022.

Contexto

Os quatro Painéis de Cidadãos Europeus constituem um dos pilares da Conferência sobre o Futuro da Europa e são organizados em conjunto pelo Parlamento Europeu, Conselho da UE e Comissão Europeia.

Os cidadãos participantes foram selecionados aleatoriamente por uma empresa de sondagens independente, de acordo com cinco critérios, de modo a refletir a diversidade da UE: origem geográfica (nacionalidade e origem urbana / rural), género, idade, contexto socioeconómico e habilitações. Os jovens entre 16 e 25 anos constituirão um terço dos membros de cada painel, sendo respeitado o equilíbrio entre homens e mulheres. Para reforçar a transparência, as deliberações plenárias tomadas pelos painéis (ou seja, os debates entre todos os 200 cidadãos) serão transmitidas em direto, via Internet, na Plataforma Digital Multilingue da Conferência, em 24 línguas.

Informações adicionais

Informações para os média sobre como acompanhar a primeira reunião (17-19 de setembro de 2021)

Plataforma digital para a Conferência sobre o Futuro da Europa

Primeiro relatório intercalar da Plataforma Digital Multilingue

Perguntas & respostas sobre os Painéis de Cidadãos Europeus

Espaço dos Painéis de Cidadãos Europeus na Plataforma Digital

Conferência sobre o Futuro da Europa – Declaração Comum

Infografia sobre o calendário da Conferência sobre o Futuro da Europa

Comissão – Ficha informativa

Estado da UE: debate e intervenções dos eurodeputados

No debate anual sobre o estado da União, realizado esta manhã no Parlamento Europeu, os eurodeputados discutiram com a presidente da Comissão os desafios mais imediatos do bloco europeu.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deu início ao seu segundo discurso sobre o estado da União salientando que escolhemos enfrentar em conjunto, “como uma só Europa”, a maior crise global de saúde do último século, a mais profunda crise económica mundial de há décadas e a crise planetária mais grave de sempre. “E podemos orgulhar-nos disso”, afirmou.

No seu discurso perante o Parlamento Europeu (PE), Ursula von der Leyen recordou que a Europa está entre os líderes mundiais em taxas de vacinação, ao mesmo tempo que partilha metade da sua produção de vacinas com o resto do mundo. Agora a prioridade é acelerar a vacinação global, continuar os esforços na Europa e preparar bem para futuras pandemias, disse aos eurodeputados.

Quanto a futuras iniciativas, a presidente do executivo comunitário defendeu que “a questão digital é determinante”, anunciando que a Comissão irá apresentar uma proposta de lei europeia no domínio dos circuitos integrados (“European Chips Act”) com o objetivo de interligar as capacidades de investigação, conceção e ensaio de craveira mundial e coordenar investimentos nacionais e da UE nos semicondutores.

No que diz respeito às alterações climáticas, Ursula von der Leyen afirmou que “têm origem humana”, pelo que “podemos fazer algo em relação a ela”. Salientou que, no âmbito do Pacto Ecológico Europeu, a UE foi a primeira grande economia a apresentar legislação abrangente para conseguir concretizar os objetivos climáticos. Na sua intervenção, a presidente da Comissão anunciou que a UE irá duplicar o financiamento externo para a biodiversidade, em especial para os países mais vulneráveis, e propor um montante adicional de 4 mil milhões de euros para o financiamento da ação climática até 2027.

Falando sobre política externa e de segurança, Ursula von der Leyen advogou uma política europeia de ciberdefesa, incluindo legislação sobre a ciber-resiliência europeia, e anunciou que, durante a presidência francesa do Conselho da UE, convocará, em conjunto com o presidente francês Emmanuel Macron, uma cimeira europeia de defesa.

Líderes dos grupos políticos

Manfred Weber (PPE, DE) referiu as consequências sociais e económicas da crise da COVID-19, salientando que a Europa precisa agora urgentemente de criar novos empregos, incluindo no setor da saúde, onde a UE está a liderar com a vacinação contra o coronavírus. Defendeu um programa comercial de emergência UE-EUA para os setores da mobilidade e do digital e um plano de ação para reduzir a burocracia na UE. O eurodeputado apelou também ao reforço da defesa europeia, com uma força de reação rápida, e à transformação da Europol num FBI europeu.

Iratxe García Pérez (S&D, ES) avaliou positivamente a luta da UE contra a pandemia e as suas consequências: “70% da população está vacinada, a liberdade de circulação é novamente uma realidade e os fundos do Next Generation EU já estão a ser distribuídos”. A transição para uma economia verde também está no bom caminho, acrescentou, mas “não fizemos o suficiente para garantir o bem-estar dos cidadãos”, observando que a crise exacerbou as desigualdades e atingiu mais duramente os mais vulneráveis.

Dacian Cioloş (Renew Europe, RO) lamentou que, demasiadas vezes, a Comissão se tem empenhado na diplomacia com o Conselho em vez de se empenhar na elaboração de políticas com o Parlamento. Salientando que os valores europeus são os alicerces da União, instou a Comissão a começar a utilizar o mecanismo de condicionalidade do Estado de direito da UE – em vigor há quase um ano mas nunca aplicado -, para deixar de financiar movimentos iliberais em muitas partes da Europa onde a independência judicial está a ser corroída, jornalistas assassinados e minorias discriminadas.

Philippe Lamberts (Verdes/ALE, BE) exigiu mais ambição climática: “é tempo de aplicar os objetivos olímpicos aos nossos esforços para salvar o planeta”. Pediu também mudanças nos sistemas fiscal e social para assegurar uma vida digna para todos. Em matéria de política externa, o eurodeputado afirmou que só através da partilha da soberania a UE poderá tornar-se um “peso pesado” na cena mundial, deixando claro que a “Europa fortaleza nunca será um ator geopolítico respeitado”. Lamentou ainda que a principal preocupação dos países da UE em relação ao Afeganistão seja evitar que qualquer afegão “ponha os pés” em território europeu.

Os cidadãos europeus não precisam de “discursos floridos sobre o estado da UE”, apenas “querem ser deixados em paz”, disse Jörg Meuthen (ID, DE). O eurodeputado criticou os planos da Comissão relativos ao Pacto Ecológico Europeu, ao fundo de recuperação e ao pacote climático Objetivo 55, considerando que implicam “despesas maciças” que os cidadãos terão de pagar no final. Alertou ainda para a crescente burocracia e lamentou a transição para a energia verde, apelando a mais energia nuclear.

Raffaele Fitto (ECR, IT) considerou que apenas os recursos do Next Generation EU não serão suficientes, sublinhando que a reforma do Pacto de Estabilidade e Crescimento é “decisiva”. O eurodeputado apelou também a uma alteração das regras sobre auxílios estatais e política comercial. “A transição ambiental não pode ser abordada sem se ter em conta o que está a acontecer no mundo e especialmente o impacto no nosso sistema de produção”, acrescentou. Relativamente ao respeito pelo Estado de direito, disse que “o que está a acontecer na Polónia é o resultado da imposição política de uma maioria que não respeita as competências dos Estados individuais”.

Martin Schirdewan (Grupo da Esquerda, DE) afirmou que Ursula von der Leyen “teceu elogios a si própria, mas não deu quaisquer respostas aos problemas de hoje”. Instou ao levantamento das patentes das vacinas e lamentou que os 10 bilionários mais ricos da Europa tenham aumentado ainda mais a sua fortuna durante a pandemia, enquanto uma em cada cinco crianças da UE está a crescer na pobreza ou em risco de pobreza.

Vídeo das intervenções de eurodeputados portugueses no debate

Pedro Marques (S&D)

João Pimenta Lopes (Grupo da Esquerda)

Paulo Rangel (PPE)

Carlos Zorrinho (S&D)

 

Para saber mais
Vídeo do debate em plenário
Página Web da Comissão Europeia sobre o estado da União 2021
As seis prioridades políticas da Comissão von der Leyen (nota informativa do Serviço de Estudos do PE)
Material multimédia: debate sobre o estado da União Europeia 2021
Debate sobre o estado da União 2021

Fonte: Parlamento Europeu

Porto acolhe conferência sobre a avaliação da política de coesão da União Europeia

A Comissão Europeia organiza a 9.ª Conferência sobre a Avaliação da Política de Coesão da UE subordinada ao tema «Moldar transições com base em dados concretos» («Shaping Transitions with Evidence» no seu título em inglês), nos dias 16 e 17 de setembro, no Porto, Portugal, com a participação da comissária da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira e os ministros do planeamento, Nelson de Souza, e da coesão territorial, Ana Abrunhosa.

A conferência, que se realiza a cada dois ou três anos, reunirá no centro de congressos da Alfândega do Porto decisores políticos dos Estados-Membros e das instituições da UE, académicos, peritos em avaliação e autoridades de gestão dos programas cofinanciados pela Política de Coesão da UE, sociedade civil e outras partes interessadas. Constituirá uma oportunidade para avaliar a importância de uma política baseada em dados concretos num mundo em rápida mutação, tendo em vista o lançamento da avaliação ex post dos investimentos da Política de Coesão para 2014-2020. O programa do evento está disponível aqui.

No final da conferência, na sexta-feira, às 12h30, será organizado um encontro da comissária Elisa Ferreira com a imprensa. Os jornalistas interessados em participar nesse encontro devem manifestar o seu interesse para o seguinte endereço eletrónico: daniel.rosario@ec.europa.eu

A avaliação é uma dimensão fundamental da Política de Coesão, uma vez que apoia a conceção e a execução de políticas com dados sólidos sobre os resultados e impactos das intervenções. Os temas a debater incluem a importância da avaliação para uma Política de Coesão orientada para o desempenho, bem como conclusões no domínio do clima e do ambiente e no domínio das tecnologias da informação e da comunicação.

A Política de Coesão da UE está orientada para todas as regiões e municípios da União Europeia, a fim de apoiar a criação de emprego, a competitividade das empresas, o crescimento económico, o desenvolvimento sustentável e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Esta política tem vindo a evoluir e a adaptar-se aos novos desafios, inspirada nas boas práticas dos Estados-Membros e nos esforços partilhados no sentido da convergência.

Com uma forte ênfase no desempenho, na responsabilização e na transparência dos seus investimentos, a Política de Coesão está na vanguarda das transições ecológica e digital da UE, que moldarão o processo de recuperação e o futuro da Europa nas próximas décadas. A crise da COVID-19 demonstrou, uma vez mais, o papel essencial da política de coesão para ajudar os Estados-Membros e as autoridades regionais a dar uma resposta rápida e flexível à crise sanitária e económica desencadeada pela pandemia, ajudando as regiões, as populações e os setores mais afetados. As avaliações realizadas pela Comissão Europeia e pelos Estados-Membros desempenham um papel crucial para garantir que os programas produzem resultados, sem deixar ninguém para trás.

Mais informações: Shaping Transitions with Evidence (Moldar transições com base em dados concretos) — Política regional — Comissão Europeia (europa.eu)

Fotografia: copyright UE

Fonte: Representação da Comissão Europeia em Portugal

Discurso de 2021 sobre o estado da União proferido pela presidente Ursula von der Leyen

“Faz fé o texto proferido”

A versão original do discurso está disponível aqui.

FORTALECER A ALMA DA NOSSA UNIÃO

Introdução

Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados,

Muitas pessoas sentem que as suas vidas ficaram suspensas enquanto o mundo continuou a avançar rapidamente.

A rapidez dos acontecimentos e a magnitude dos desafios são por vezes difíceis de apreender.

Este tem sido, igualmente, um momento de balanço e introspeção. Das pessoas que reavaliam as suas vidas até aos debates mais amplos sobre a partilha de vacinas e valores partilhados.

Porém, quando recordo o ano que passou e olho para o presente estado da União, vejo uma alma forte em tudo o que fazemos.

Robert Schuman afirmou, em tempos: A Europa necessita de uma alma, de um ideal, e da vontade política para servir esse ideal.

A Europa deu vida a estas palavras nos últimos doze meses.

Escolhemos defrontar em conjunto a maior crise global de saúde do último século, para que todas as partes da Europa tenham o mesmo acesso a uma vacina que salva vidas.

Escolhemos responder em conjunto à mais profunda crise económica mundial de há décadas, com o Instrumento de Recuperação da União Europeia.

Escolhemos, enfim, enfrentar em conjunto a crise planetária mais grave de sempre, com o Pacto Ecológico Europeu.

Fizémo-lo em conjunto, como Comissão, como Parlamento, como 27 Estados-Membros. Como uma só Europa. E podemos orgulhar-nos disso.

Mas os tempos do coronavírus ainda não chegaram ao fim.

Enquanto a pandemia perdura, a nossa sociedade continua a sofrer — profundamente. Há corações que nunca poderemos remendar, histórias de vida que nunca poderemos concluir e tempo que nunca poderemos devolver aos nossos jovens. Enfrentamos desafios novos e duradouros num mundo que recupera — e se fratura — de forma desigual.

Não haja dúvidas: o próximo ano voltará a pôr-nos à prova.

No entanto, creio que o nosso espírito — a nossa alma — só revela verdadeiramente o seu esplendor quando é posto à prova.

Quando olho para a nossa União, sei que a Europa irá passar este teste.

O que me dá essa confiança é a inspiração que podemos retirar dos jovens europeus.

Porque os nossos jovens deram significado a palavras como empatia e solidariedade.
Eles acreditam que temos uma responsabilidade para com o planeta.
E, embora estejam preocupados com o futuro, estão determinados a melhorá-lo.

A nossa União será mais forte se for mais semelhante à próxima geração: ponderada, determinada e solidária.  Assente em valores e ousada na ação.

Este espírito será mais importante do que nunca nos próximos doze meses. Esta é a mensagem da Carta de Intenções que enviei esta manhã ao Presidente David Sassoli e ao Primeiro-Ministro Janez Janša para definir as nossas prioridades para o próximo ano.

UMA EUROPA UNIDA NA ADVERSIDADE E NA RECUPERAÇÃO

Senhoras e Senhores Deputados,

Um ano é um período muito longo num contexto de pandemia.

Quando aqui estive, há 12 meses, não sabia quando — ou mesmo se — teríamos uma vacina segura e eficaz contra a COVID-19.

Porém, hoje, e contra todas as críticas, a Europa está na vanguarda a nível mundial.

Mais de 70 % dos adultos na UE estão totalmente vacinados.  Fomos os únicos a partilhar metade da produção de vacinas com o resto do mundo. Disponibilizámos mais de 700 milhões de doses aos cidadãos europeus, bem como mais de 700 milhões de doses a mais de 130 países do resto do mundo.

Fomos a única região do mundo a fazê-lo.

Uma pandemia é uma maratona, não uma corrida de velocidade.

Seguimos a ciência.
Cumprimos face à Europa. Cumprimos face ao mundo.
Escolhemos a via certa, pois escolhemos a via europeia. E funcionou!

Todavia, embora tenhamos todas as razões para estarmos confiantes, não temos motivos para ficar complacentes.

A nossa primeira — e mais urgente — prioridade é acelerar a vacinação a nível mundial.

Com menos de 1 % das doses globais administradas em países de baixos rendimentos, a escala da injustiça e o nível de urgência são óbvios. Esta é uma das grandes questões geopolíticas do nosso tempo.

A Equipa Europa está a investir mil milhões de EUR para aumentar a capacidade de produção de mARN em África. Já nos comprometemos a partilhar 250 milhões de doses.

Posso hoje anunciar que a Comissão acrescentará uma nova doação de 200 milhões de doses adicionais em meados do próximo ano.

Trata-se de um investimento na solidariedade, mas também na saúde mundial.

A segunda prioridade é prosseguir os nossos esforços dentro da Europa.

Constatamos divergências preocupantes entre as taxas de vacinação na União.

Temos, por isso, de manter a dinâmica.

A Europa está preparada. Temos 1 800 milhões de doses adicionais garantidas. Tal é suficiente para nós e para a nossa vizinhança, quando for necessário administrar doses de reforço. Façamos tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir que esta não se transforme numa pandemia dos não vacinados.

A última prioridade é reforçar a nossa preparação para as pandemias.

No ano passado, disse que era tempo de construir uma União Europeia da Saúde. Hoje, concretizamos esse desafio, apresentando uma proposta para criar e pôr em funcionamento a HERA.

Este será um trunfo enorme para enfrentar futuras ameaças para a saúde, numa fase mais precoce e em melhores condições.

Dispomos da capacidade científica e de inovação, dos conhecimentos especializados do setor privado e de autoridades nacionais competentes. Temos agora de reunir tudo isto, incluindo um financiamento maciço.

Assim, proponho uma nova missão de preparação e resiliência no domínio da saúde em toda a UE. Esta deve ser apoiada por um investimento da Equipa Europa de 50 mil milhões de EUR até 2027.

O nosso objetivo é garantir que nenhum vírus transformará uma epidemia local numa pandemia global. Não há melhor retorno do investimento do que este.

Senhoras e Senhores Deputados,

Os trabalhos sobre a União Europeia da Saúde constituem um grande passo em frente. Gostaria de agradecer a esta Câmara o seu apoio.

Demonstrámos que, quando atuamos em conjunto, conseguimos fazê-lo rapidamente.

Tomemos como exemplo o Certificado Digital da UE:

Até à data, foram emitidos mais de 400 milhões de certificados individuais em toda a Europa. No total, 42 países de 4 continentes apanharam o comboio.

A Comissão apresentou uma proposta em março.

O Parlamento Europeu deu-lhe o apoio necessário!
Três meses depois, estava operacional.

Graças a este esforço conjunto, enquanto o resto do mundo debatia essa possibilidade, a Europa concretizou-a.

Fizemos muitas coisas bem. Avançámos rapidamente para criar o SURE. Este programa apoiou mais de 31 milhões de trabalhadores e 2,5 milhões de empresas em toda a Europa.

Aprendemos com as lições do passado, quando estivemos demasiado divididos e demorámos a atuar.

A diferença é flagrante: da última vez, foram necessários oito anos para que o PIB da área do euro regressasse aos níveis anteriores à crise.

Desta feita, prevemos que 19 países regressem aos níveis anteriores à pandemia ainda este ano, ao passo que os restantes o conseguirão no seguinte. No último trimestre, o crescimento na área do euro ultrapassou tanto o dos EUA como o da China.

Mas isto é apenas o início. As lições da crise financeira devem servir de admonição: nessa altura, a Europa declarou vitória demasiado cedo e pagou o preço por isso. Não repetiremos esse erro.

A boa notícia é que, graças ao Instrumento de Recuperação da União Europeia, iremos agora investir tanto na recuperação a curto prazo como na prosperidade a longo prazo.

Abordaremos questões estruturais da nossa economia: das reformas do mercado de trabalho em Espanha, às reformas do regime de pensões na Eslovénia ou à reforma fiscal na Áustria.

Investiremos, num nível sem precedentes, na tecnologia 5G e na banda larga. Não menos importante será o investimento nas competências digitais. Para tal, precisamos da dedicação dos líderes europeus e de um diálogo estruturado ao mais alto nível.

A nossa resposta proporciona uma orientação clara tanto para os mercados como para os investidores.

Porém, quando olhamos para o futuro, temos igualmente de refletir sobre o modo como a crise alterou os contornos da economia — do aumento da dívida ao impacto desigual nos diversos setores, passando pelas novas formas de trabalho.

Para tal, a Comissão relançará o debate sobre a revisão da governação económica nas próximas semanas. O objetivo é chegar a um consenso sobre o caminho a seguir, bem a tempo de 2023.

Senhoras e Senhores Deputados,

Celebraremos em breve os 30 anos do mercado único da UE. Este tem sido, ao longo deste período, o grande impulsionador do progresso e da prosperidade na Europa.

No início da pandemia, defendêmo-lo contra as pressões da erosão e da fragmentação. No contexto da recuperação, o mercado único é o motor da criação de empregos de qualidade e da competitividade.

Este aspeto é particularmente importante no mercado único digital.

Apresentámos propostas ambiciosas ao longo do último ano.

Propostas para conter o poder de controlo de acesso exercido pelas grandes plataformas.

Para apoiar a responsabilidade democrática dessas plataformas.

Para promover a inovação.

Para canalizar o poder da inteligência artificial.

A questão digital é determinante e os Estados-Membros partilham desta visão. As despesas digitais no âmbito do Instrumento de Recuperação da União Europeia irão mesmo ultrapassar a meta de 20 %.

Tal reflete a importância de investir na soberania tecnológica europeia. Temos de redobrar esforços para moldar a transformação digital de acordo com as nossas próprias regras e valores.

Permitam-me dar destaque aos semicondutores, esses pequenos circuitos que fazem com que tudo funcione: dos telefones inteligentes e das trotinetas elétricas aos comboios ou a fábricas inteligentes inteiras.

Não existe mundo digital sem circuitos integrados. A verdade é que, enquanto falamos, algumas linhas de produção já estão a funcionar a um ritmo reduzido — apesar da procura crescente — devido à escassez de semicondutores.

Além disso, muito embora a procura mundial tenha explodido, a quota da Europa na globalidade da cadeia de valor, desde a conceção à capacidade de produção, diminuiu. Estamos dependentes dos circuitos mais avançados fabricados na Ásia.

Por conseguinte, não se trata apenas de uma questão de competitividade. Trata-se também de uma questão de soberania tecnológica. Coloquemos, por isso, toda a nossa atenção nesta questão.

Apresentaremos uma nova lei europeia no domínio dos circuitos integrados. Temos de interligar as nossas capacidades de investigação, conceção e ensaio de craveira mundial. Temos de coordenar investimentos nacionais e da UE ao longo da cadeia de valor.

O objetivo é criar em conjunto um ecossistema europeu de circuitos integrados de vanguarda, que inclua a produção. Tal será um garante da segurança do aprovisionamento e permitirá desenvolver novos mercados para tecnologias europeias revolucionárias.

Sem dúvida, trata-se de uma tarefa árdua. E estou ciente de que alguns alegam que é impossível.

Mas isso foi o mesmo que, há 20 anos, se disse sobre o Galileo.

E vejam o que aconteceu. Juntos, perseverámos. Hoje em dia, os satélites europeus fornecem o sistema de navegação a mais de 2 mil milhões de telemóveis inteligentes em todo o mundo. Somos líderes mundiais. Por isso, voltemos a ousar, desta vez com semicondutores.

Senhoras e Senhores Deputados,

A pandemia deixou marcas profundas e teve um impacto enorme na nossa economia social de mercado.

Noite após noite, marcámos presença, à janela ou à soleira da porta, para aplaudir os trabalhadores da primeira linha.

Todos nos apercebemos de quanto dependíamos destas pessoas. Profissionais empenhados com espírito de entrega, apesar de receberem um salário inferior, terem menos proteção e menos segurança.

Os aplausos nas ruas das nossas cidades podem ter cessado, mas a força das nossas emoções deve perdurar no tempo.

É por este motivo que é tão importante concretizar o Pilar Europeu dos Direitos Sociais.

Trata-se de criar empregos mais dignos, condições de trabalho mais justas, melhores cuidados de saúde e uma vida mais equilibrada.

Um dos principais ensinamentos que retirámos da pandemia foi o valor do tempo. Aprendemos que não existe tempo mais valioso do que aquele que consagramos aos nossos entes queridos.

Foi por esse motivo que decidimos propor uma nova estratégia europeia para a prestação de cuidados.

Para que todos os homens e todas as mulheres possam beneficiar dos melhores cuidados possíveis e alcancem um bom equilíbrio de vida. Mas a justiça social não é unicamente uma questão de tempo, é também uma questão de equidade fiscal.

Numa economia social de mercado como a nossa, é positivo que as empresas obtenham lucros. Mas, se os obtêm, é graças à qualidade das nossas infraestruturas, da nossa segurança social e dos nossos sistemas educativos.

Consequentemente, o mínimo que podem fazer é dar o seu justo contributo. É por esse motivo que vamos continuar a combater a evasão e a fraude fiscais.

Vamos apresentar uma proposta legislativa com o objetivo de tributar os lucros ocultos das empresas de fachada. E faremos todos os possíveis por celebrar um acordo histórico a nível mundial sobre a taxa mínima do imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas.

O pagamento do montante justo em impostos não é apenas uma questão de finanças públicas, é sobretudo uma questão de equidade.

Senhoras e Senhores Deputados,

Todos beneficiámos com os fundamentos da economia social de mercado europeia. Temos de assegurar que a próxima geração pode construir o seu próprio futuro.

Dispomos de uma geração de jovens altamente qualificados, extremamente talentosos e fortemente motivados. Uma geração que sacrificou tanto em prol da segurança dos outros.

A juventude é, normalmente, a idade das descobertas. A idade em que se vivem novas experiências. Em que se fazem amigos que ficam para toda a vida. Em que cada um descobre o seu próprio caminho. Porém, o que acabámos de exigir aos nossos jovens? Que mantivessem o distanciamento social, que continuassem confinados e que seguissem os seus estudos em casa. Durante mais de um ano.

Tudo aquilo que temos feito, desde o Pacto Ecológico ao Instrumento de Recuperação da União Europeia, visa proteger o futuro dos nossos jovens.

É por isso que este instrumento deve ser financiado por novos recursos próprios, sobre os quais temos vindo a trabalhar.

De igual modo, temos de garantir que não damos origem a novas falhas. Porque a Europa precisa de todos os seus jovens.

Importa prestar apoio a todos aqueles que se encontram excluídos. Aqueles que não têm emprego. Aqueles que não estudam nem seguem qualquer formação.

Para os jovens nessa situação, tencionamos propor um novo programa, intitulado ALMA.

Esse programa dar-lhes-á a possibilidade de terem uma experiência profissional temporária noutro Estado-Membro.

Pois também estes jovens merecem ter uma experiência como o Erasmus, para poderem adquirir competências, estabelecer contactos e criar a sua própria identidade europeia.

Contudo, se queremos efetivamente moldar a nossa União à sua imagem, os jovens devem poder moldar, eles próprios, o futuro da Europa. A nossa União precisa de uma alma e de uma visão de futuro com que os jovens se identifiquem.

Como também se interrogou Jacques Delors: Como poderemos construir a Europa se os jovens não a virem como um projeto coletivo e uma representação do seu próprio futuro?

É por esta razão que tencionamos propor que 2022 seja o Ano Europeu da Juventude. Um ano consagrado à valorização dos jovens que, por seu turno, já abdicaram de tanto pelo bem dos outros. E serão também os jovens a liderar os debates da Conferência sobre o Futuro da Europa.

Trata-se do seu futuro e, por isso mesmo, deve tratar-se da sua conferência.

Como foi referido no início do nosso mandato, a Comissão estará pronta a dar seguimento a tudo o que for decidido pela Conferência.

UMA EUROPA UNIDA NA RESPONSABILIDADE

Senhoras e Senhores Deputados,

Esta é uma geração com consciência, que nos está a pressionar a ir mais longe e mais depressa para fazer face à crise climática.

Os acontecimentos deste verão só lhe vieram dar razão. Assistimos a inundações na Bélgica e na Alemanha. E a incêndios florestais consumindo ilhas gregas e colinas em França.

Se não acreditarmos nos nossos próprios olhos, basta-nos apenas seguir a ciência.

A ONU publicou recentemente o relatório do PIAC, o Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas. Trata-se da autoridade em matéria de ciência das alterações climáticas.

O relatório não deixa qualquer dúvida. As alterações climáticas têm origem humana. Mas, dada essa origem humana, podemos fazer algo em relação a ela.

Tal como ouvi recentemente: Está a aquecer. Fomos nós. Temos a certeza. A situação é má. Mas tem solução.

E essa mudança já está a acontecer.

No primeiro semestre deste ano, foram registados na Alemanha mais veículos elétricos do que veículos a gasóleo.  A Polónia é atualmente o maior exportador da UE de baterias de automóveis e autocarros elétricos. Ou tomemos o exemplo do novo Bauhaus europeu, que levou a uma explosão da criatividade de arquitetos, designers e engenheiros em toda a União.

É evidente que algo se está a passar.

E esse é o cerne do Pacto Ecológico Europeu.

No meu discurso do ano passado, anunciei a meta de, pelo menos, 55 % de redução das emissões até 2030.
Desde então, transformámos os nossos objetivos climáticos em obrigações jurídicas.
Fomos a primeira grande economia a apresentar legislação abrangente para conseguir concretizar esses objetivos.

Já perceberam a complexidade dos pormenores. Mas o objetivo é simples. Fixaremos um preço para a poluição. Limparemos a energia que utilizamos. Teremos automóveis mais inteligentes e aviões mais limpos.

E asseguraremos que o reforço da ambição climática seja acompanhado de uma maior ambição social. Esta transição ecológica tem de ser justa. É por esta razão que propusemos um novo Fundo Social para a Ação Climática, que visa combater a pobreza energética que já afeta 34 milhões de europeus.

Conto com o Parlamento e com os Estados-Membros para honrarem este pacote e esta ambição, em conjunto.

A Europa pode fazer muito no que diz respeito às alterações climáticas e à crise do mundo natural. E apoiará outros países neste processo. Tenho o prazer de anunciar, hoje, que a UE duplicará o financiamento externo para a biodiversidade, em especial para os países mais vulneráveis.

Mas a Europa não pode fazê-lo sozinha.

A COP26, que terá lugar em Glasgow, será um momento decisivo para a comunidade global.

As principais economias — dos EUA ao Japão — estabeleceram a ambição de alcançar a neutralidade climática em 2050 ou pouco tempo depois. Estes objetivos têm, agora, de ser apoiados por planos concretos, elaborados a tempo da conferência de Glasgow. Isto porque os atuais compromissos para 2030 não permitirão concretizar o objetivo de manter o aquecimento global abaixo dos 1,5 °C.

Todos os países têm uma quota-parte de responsabilidade!

Os objetivos que o Presidente Xi Jinping fixou para a China são encorajadores. Mas apelamos para essa mesma liderança no que toca a definir o modo como a China lá chegará. O mundo ficaria aliviado se os líderes chineses demonstrassem capacidade para atingir o pico de emissões até meados da década e se afastarem do carvão, tanto a nível interno como no estrangeiro.

Embora todos os países partilhem esta responsabilidade, as principais economias têm obrigações especiais perante os países menos desenvolvidos e mais vulneráveis. O financiamento da ação climática é essencial para estes países — tanto para efeitos de atenuação como de adaptação.

No México e em Paris, o mundo comprometeu-se a disponibilizar 100 mil milhões de dólares por ano até 2025.

Cumprimos o nosso compromisso. A Equipa Europa contribui com 25 mil milhões de dólares por ano. Mas outras partes continuam a apresentar lacunas profundas no sentido de atingir o objetivo global.

Colmatar estas lacunas aumentará as possibilidades de sucesso em Glasgow.

Hoje, a minha mensagem é a de que a Europa está pronta para fazer mais. Proporemos um montante adicional de 4 mil milhões de EUR para o financiamento da ação climática até 2027. Mas esperamos que os Estados Unidos e os nossos parceiros também intensifiquem os seus esforços.

Se os EUA e a UE colmatassem, em conjunto, o défice de financiamento da ação climática, transmitiriam um forte sinal de liderança global em matéria de clima. É hora de agir.

Senhoras e Senhores Deputados,

Esta liderança climática e económica é fundamental para os objetivos globais e de segurança da Europa.

Reflete igualmente uma mudança mais generalizada nos assuntos mundiais num momento de transição para uma nova ordem internacional.

Estamos a entrar numa nova era de hipercompetitividade.

Uma era em que alguns recorrem a todos os estratagemas para ganhar influência: sejam eles promessas de vacinas e empréstimos com taxas de juro elevadas ou mísseis e desinformação.

Uma era de rivalidades regionais e de grandes potências que se vigiam entre si.

Os acontecimentos recentes no Afeganistão não são a causa desta mudança, são antes um sintoma.

Antes de mais, quero ser clara: estamos ao lado do povo afegão. Das mulheres e das crianças, dos procuradores, dos jornalistas e dos defensores dos direitos humanos.

Penso, em especial, nas mulheres juízes que se escondem agora dos homens que condenaram à prisão. Estas mulheres estão em risco devido ao seu contributo para a justiça e o Estado de direito. Temos de as apoiar e coordenaremos todos os esforços com os Estados-Membros para as colocar em segurança.

De igual modo, temos de continuar a apoiar todos os afegãos no país e nos países vizinhos. É nossa obrigação fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para evitar o risco real de uma grande fome e de uma catástrofe humanitária. Faremos a nossa parte, aumentando a ajuda humanitária concedida ao Afeganistão, com 100 milhões de EUR adicionais.

Esta medida fará parte de um novo pacote, mais vasto, de apoio ao Afeganistão, que apresentaremos nas próximas semanas a fim de combinar os nossos esforços.

Senhoras e Senhores Deputados,

Assistir ao desenrolar dos acontecimentos no Afeganistão foi extremamente doloroso para todas as famílias dos militares mortos em combate.

Vergamo-nos perante o sacrifício desses soldados, dos diplomatas e dos trabalhadores humanitários que perderam as suas vidas.

Para garantir que o serviço prestado não foi em vão, temos de refletir sobre o que levou esta missão a terminar tão abruptamente.

Há questões profundamente preocupantes que os aliados terão de abordar no âmbito da NATO.

Porém, não há nenhuma questão de segurança e defesa para a qual a resposta seja menos cooperação. Temos de investir na nossa parceria conjunta e tirar proveito das forças de cada parte.

É por esta razão que estamos a trabalhar com o Secretário-Geral, Jens Stoltenberg, numa nova declaração conjunta UE-NATO, a apresentar antes do final do ano.

Mas esta é apenas uma parte da equação.

A Europa pode — e claramente deve — ser capaz e estar disposta a fazer mais por sua própria conta. Contudo, se quisermos fazer mais, temos de começar por explicar porquê. Entendo que existem três grandes categorias de razões.

Em primeiro lugar, temos de proporcionar estabilidade na nossa vizinhança e em diferentes regiões.

Estamos ligados ao mundo por ínfimos estreitos, mares tempestuosos e vastas fronteiras terrestres. Devido a essa geografia, a Europa sabe, melhor do que ninguém, que, se não lidar atempadamente com a crise além-fronteiras, a crise virá ao seu encontro.

Em segundo lugar, a natureza das ameaças que enfrentamos está a evoluir rapidamente: de ataques híbridos ou ciberataques à crescente corrida ao armamento no espaço.

As tecnologias disruptivas têm sido uma grande niveladora, permitindo que, hoje em dia, Estados párias ou grupos não estatais sejam capazes de manietar o poder.

Já não é necessário dispor de exércitos e mísseis para causar danos em massa. É possível paralisar instalações industriais, administrações locais e hospitais recorrendo apenas a um computador portátil.  Um telemóvel inteligente e uma ligação à Internet são meios suficientes para comprometer processos eleitorais.

A terceira razão reside no facto de a União Europeia ser um garante da segurança ímpar. Haverá missões em que a NATO ou a ONU não estarão presentes, mas em que a UE deverá estar.

Os nossos soldados trabalham, no terreno, lado a lado com polícias, advogados e médicos, com trabalhadores humanitários e defensores dos direitos humanos, com professores e engenheiros.

Temos capacidade para combinar forças militares e civis, a par da diplomacia e do desenvolvimento, e temos uma longa história na construção e proteção da paz.

A boa notícia é que, ao longo dos últimos anos, começámos a desenvolver um ecossistema europeu de defesa.

Porém, carecemos de uma União Europeia da Defesa.

Ao longo das últimas semanas, têm decorrido muitos debates sobre forças expedicionárias. Sobre o tipo e a quantidade de que carecemos: agrupamentos táticos ou forças de intervenção da UE.

Tal faz, sem dúvida, parte do debate e creio que fará parte da solução.

Mas o mais fundamental é perceber por que razão tal não funcionou no passado.

É possível dispor das forças mais avançadas do mundo. Todavia, se nunca se estiver disposto a utilizá-las, qual é a sua utilidade?

O que nos tem impedido de avançar até agora não é a mera insuficiência de capacidades; é a falta de vontade política.

Se desenvolvermos essa vontade, há muito que podemos fazer a nível da UE.

Permitam-me apresentar três exemplos concretos:

Em primeiro lugar, temos de criar as bases para a tomada de decisões coletivas — aquilo a que chamo conhecimento da situação.

Ficamos aquém quando os Estados-Membros ativos na mesma região não partilham informações a nível europeu. É fundamental melhorar a cooperação em matéria de informações.

Não se trata apenas de informações em sentido estrito.

Trata-se de reunir os conhecimentos de todos os serviços e de todas as fontes. Do espaço à formação de agentes policiais, de fontes abertas às agências de desenvolvimento. O seu trabalho confere-nos um âmbito e uma profundidade de conhecimentos sem igual.

Todos estes trunfos estão disponíveis!

Mas só podemos aproveitá-los para tomar decisões informadas se tivermos uma visão global, o que não é o caso atualmente. O conhecimento de que dispomos é disperso. A informação está fragmentada.

É por esta razão que a UE poderia considerar criar o seu próprio Centro Comum de Conhecimento da Situação para agregar todas as informações disponíveis.

E, consequentemente, estar mais bem preparada, estar plenamente informada e ter condições para decidir.

Em segundo lugar, temos de melhorar a interoperabilidade. É por esta razão que já estamos a investir em plataformas europeias comuns, desde aviões de combate a aeronaves não tripuladas, passando pelo ciberespaço.

Mas temos de continuar a refletir sobre novas formas de tirar partido de todas as sinergias possíveis.  Um exemplo poderia ser a possibilidade de renunciar à cobrança de IVA aquando da aquisição de equipamento de defesa desenvolvido e produzido na Europa.

Tal permitiria não só aumentar a interoperabilidade, como também reduzir as nossas dependências atuais.

Em terceiro lugar, não podemos falar de defesa sem referir o ciberespaço. Se tudo estiver ligado, tudo pode ser pirateado. Dada a escassez de recursos, temos de unir forças. E não nos devemos contentar com responder a ciberameaças, devemos igualmente aspirar à liderança no domínio da cibersegurança.

As ferramentas de ciberdefesa devem ser desenvolvidas aqui, na Europa. É por isso que precisamos de uma política europeia de ciberdefesa, incluindo legislação que estabeleça normas comuns no âmbito de um novo ato legislativo sobre a ciber-resiliência europeia.

É, assim, evidente que podemos fazer muito a nível da UE. Mas os Estados-Membros também têm de fazer mais.

Tal começa por uma avaliação comum das ameaças que enfrentamos e por uma abordagem comum para as enfrentar. As futuras orientações estratégicas sobre segurança e defesa são um processo importante deste debate.

E temos de decidir como podemos utilizar todas as possibilidades já previstas no Tratado.

Por isso, durante a Presidência francesa, convocarei, em conjunto com o presidente Emmanuel Macron, uma cimeira europeia de defesa.

É tempo de a Europa avançar para o nível seguinte.

Senhoras e Senhores Deputados,

Num mundo mais marcado por disputas, a proteção dos interesses individuais não se limita à defesa do próprio espaço.

Implica a criação de parcerias sólidas e fiáveis. Não se trata de um luxo, mas sim de um elemento essencial para a estabilidade, a segurança e a prosperidade futuras.

Este trabalho começa pelo aprofundar das parcerias com os nossos aliados mais próximos.

Desenvolveremos, com os EUA, uma nova agenda para a mudança global — desde o novo Conselho de Comércio e Tecnologia até à segurança sanitária e à sustentabilidade.

A UE e os EUA serão sempre mais fortes em conjunto.

O mesmo se aplica aos nossos vizinhos dos Balcãs Ocidentais.

Até ao final do mês, deslocar-me-ei à região para enviar um sinal forte do nosso empenho no processo de adesão. Devêmo-lo a todos os jovens que acreditam num futuro europeu.

É por esta razão que estamos a intensificar o nosso apoio por via do novo plano económico e de investimento, que representa cerca de um terço do PIB da região. Porque um investimento no futuro dos Balcãs Ocidentais é um investimento no futuro da UE.

Continuaremos igualmente a investir nas parcerias em toda a nossa vizinhança — desde o reforço do empenho na Parceria Oriental até à execução da nova Agenda para o Mediterrâneo e à prossecução dos trabalhos sobre os diferentes aspetos das nossas relações com a Turquia.

Senhoras e Senhores Deputados,

Para que a Europa se torne um interveniente mais ativo a nível mundial, terá também de se concentrar na próxima geração de parcerias.

Neste espírito, a nova estratégia da UE-Indo-Pacífico, hoje apresentada, constitui um marco importante.  Reflete a importância crescente desta região para a nossa prosperidade e segurança, mas também o facto de certos regimes autocráticos a utilizarem para tentarem expandir a sua influência.

A Europa tem de estar mais presente e mais ativa na região.

Assim, trabalharemos em conjunto para aprofundar as relações comerciais, reforçar as cadeias de abastecimento globais e desenvolver novos projetos de investimento em tecnologias verdes e digitais.

Este é um exemplo de como a Europa pode reformular o seu modelo para ligar o mundo. 

Somos bons no financiamento de estradas. Mas não faz sentido que a Europa construa uma estrada perfeita entre uma mina de cobre e um porto quando ambos são propriedade chinesa.

Temos de ser mais inteligentes no que toca a este tipo de investimentos.

Por isso, apresentaremos em breve uma nova estratégia em matéria de conectividade denominada Ponte Global.

Criaremos parcerias no âmbito da Ponte Global com países de todo o mundo. Queremos investir em infraestruturas de qualidade, ligando bens, pessoas e serviços em todo o mundo.

Adotaremos uma abordagem baseada em valores, oferecendo transparência e boa governação aos nossos parceiros.

Queremos criar ligações e não dependências!

E sabemos como fazer para que tal funcione. Desde o verão, um novo cabo de fibra ótica submarino liga o Brasil a Portugal.

Iremos investir com África para criar um mercado para o hidrogénio verde que ligue as duas margens do Mediterrâneo.

Para concretizar a Ponte Global, temos de aplicar uma abordagem da Equipa Europa. Ligaremos instituições e investimentos, bancos e a comunidade empresarial. Faremos desta questão uma prioridade nas cimeiras regionais — a começar pela próxima Cimeira UE-África, em fevereiro.

Queremos transformar a Ponte Global numa marca de confiança em todo o mundo.

Gostaria, porém, de ser muito clara: fazer negócios em todo o mundo, o comércio mundial… tudo isso é bom e necessário. Mas nunca pode ser feito em detrimento da dignidade e da liberdade das pessoas.

Há 25 milhões de pessoas, em todo o mundo, que realizam trabalho forçado devido a ameaças ou coação. Nunca poderemos aceitar que sejam obrigadas a fabricar produtos e que estes acabem depois à venda em lojas na Europa.

Por isso, proporemos a proibição da colocação no nosso mercado de produtos fabricados por trabalho forçado.

Os direitos humanos não estão à venda — a preço algum.

 

UMA EUROPA UNIDA NA LIBERDADE E DIVERSIDADE

 

Senhoras e Senhores Deputados, os seres humanos não são uma moeda de troca.

Vejamos o que aconteceu nas nossas fronteiras com a Bielorrússia. O regime de Minsk tem instrumentalizado seres humanos. Colocaram pessoas em aviões e empurraram-nas, literalmente, para as fronteiras da Europa.

Nunca poderemos tolerar esta situação.

A reação europeia que rapidamente se seguiu é prova disso. Podemos garantir que continuaremos a estar ao lado da Lituânia, da Letónia e da Polónia.

Chamemos as coisas pelos nomes: trata-se um ataque híbrido que pretende desestabilizar a Europa.

Senhoras e Senhores Deputados,

Estes não são acontecimentos isolados. Assistimos a incidentes semelhantes noutras fronteiras. E é fácil de prever que ocorram novamente. É por esta razão que, no âmbito do nosso trabalho sobre Schengen, iremos definir novas formas de reagir a tais agressões e assegurar a unidade na proteção das nossas fronteiras externas.

Porém, enquanto não encontrarmos um consenso sobre a forma de gerir a migração, os nossos opositores continuarão a explorar essa brecha.

Entretanto, os traficantes de seres humanos continuam a explorar pessoas em rotas mortíferas através do Mediterrâneo.

Estes eventos demonstram que todos os países têm interesse na construção de um sistema europeu de migração.

Novo Pacto em matéria de Migração e Asilo dá-nos tudo o que precisamos para gerir os diferentes tipos de situações que enfrentamos.

Estão lá todos os elementos. Trata-se de um sistema equilibrado e humano que funciona para todos os Estados-Membros e em todas as circunstâncias. Sabemos que podemos criar consensos.

No entanto, no ano que se seguiu à apresentação do Pacto pela Comissão, os progressos foram penosamente lentos.

Este é, a meu ver, o momento certo para adotar uma política europeia de gestão da migração. Por conseguinte, insto-vos, nesta Câmara e nos Estados-Membros, a acelerar o processo.

Em última análise, tudo se resume a uma questão de confiança. Confiança entre os Estados-Membros. Confiança dos europeus na capacidade de gerir a migração. Confiança numa Europa que honre sempre o seu dever permanente para com os mais vulneráveis e mais necessitados.

Há muitos pontos de vista firmemente defendidos sobre a migração na Europa, mas creio que o consenso não se afigura distante.

Porque, se questionarmos os europeus, a maioria concordará que devemos agir para travar a migração irregular, mas também no sentido de proporcionar refúgio às pessoas forçadas a fugir.

Estarão de acordo com a repatriação daqueles que não têm o direito de permanecer no território da União, mas dirão que devemos dar as boas-vindas a quem viaja legalmente e dá um contributo tão importante para a nossa sociedade e economia.

Por fim, devemos todos concordar que o tema da migração nunca deve ser utilizado para dividir.

Estou convencida de que é possível criar confiança no seio da Europa no que diz respeito à migração.

Senhoras e Senhores Deputados,

As sociedades alicerçadas na democracia e nos valores comuns assentam numa base estável. Confiam nas pessoas.

É desta forma que se desenvolvem novas ideias, que surgem mudanças, é desta forma que se vence a injustiça.

A confiança nesses valores comuns foi o que uniu os nossos fundadores após a Segunda Guerra Mundial.

São esses mesmos valores que uniram os defensores da liberdade que derrubaram a Cortina de Ferro há mais de 30 anos.

Eles queriam democracia.

Queriam ser livres de eleger o próprio governo.

Queriam o Estado de direito,

a igualdade de todos perante a lei.

Queriam liberdade de expressão e meios de comunicação independentes.

Queriam acabar com a espionagem dos cidadãos pelo Estado e combater a corrupção.

Queriam ter a liberdade de serem diferentes da maioria.

Ou, como afirmou o antigo Presidente da República Checa, Vaclav Havel, queriam todos estes «extraordinários valores europeus».

Esses valores são o fruto da herança cultural, religiosa e humanista da Europa.

Fazem parte da nossa alma, são uma parte essencial daquilo que somos hoje.

Esses valores estão consagrados nos nossos tratados europeus.

E todos nós nos comprometemos a respeitar esses valores quando, na qualidade de Estados livres e soberanos, passámos a fazer parte desta União.

Estamos determinados a defender esses valores. Nunca abandonaremos essa determinação.

Os nossos valores são garantidos pela nossa ordem jurídica e protegidos pelas decisões do Tribunal de Justiça da União Europeia. Essas decisões são vinculativas. Velamos para que sejam efetivamente respeitadas. Em todos os Estados-Membros da nossa União.

A proteção do Estado de direito não é apenas um objetivo nobre, é também uma tarefa árdua e um esforço constante de melhoria.

Os nossos relatórios sobre o Estado de direito, graças às reformas que apresentam, fazem parte deste processo.  Um exemplo disto são as reformas judiciais em Malta ou as investigações em matéria de corrupção na Eslováquia.

E, a partir de 2022, os nossos relatórios sobre o Estado de direito incluirão também recomendações concretas aos Estados-Membros.

No entanto, constatamos que há uma evolução preocupante em alguns Estados-Membros. Na minha opinião, uma coisa é fundamental – partir sempre de uma base de diálogo.

Mas o diálogo não é um fim em si mesmo; deve conduzir a um objetivo. É por esta razão que seguimos uma abordagem dupla, baseada no diálogo e na tomada de medidas decisivas.

Foi o que fizemos na semana passada. E continuaremos a fazê-lo.

E isto porque, em toda a Europa, as pessoas devem poder confiar num sistema judicial independente e ser tratadas de forma igual perante a lei, independentemente de fazerem parte de uma maioria ou de uma minoria.

Senhoras e Senhores Deputados,

O orçamento europeu é o futuro da nossa União traduzido em números. É por isso que deve ser protegido.

Temos de garantir que cada euro e cada cêntimo sejam utilizados para o objetivo certo

e de acordo com o Estado de direito. Os investimentos que permitam aos nossos filhos ter um futuro melhor não devem desaparecer de forma obscura.

A corrupção não significa apenas roubar dinheiro aos contribuintes. A corrupção desincentiva os investidores. A corrupção possibilita a compra de grandes favores com enormes somas de dinheiro e permite que os mais poderosos desrespeitem as regras democráticas.

Quando se trata de proteger o nosso orçamento, perseguiremos cada caso de corrupção com todos os meios ao nosso alcance.

Senhoras e Senhores Deputados,

Quando defendemos os nossos valores, defendemos também a liberdade. A liberdade de ser quem somos, a liberdade de dizer o que pensamos, a liberdade de amar quem queremos.

Mas liberdade também significa estar livre do medo. Durante a pandemia, muitas mulheres ficaram privadas dessa liberdade.

 

Foi um período particularmente difícil para todas as mulheres que não tinham onde se esconder, que não podiam escapar aos seus agressores. Temos de trazer luz a esta questão tão escura, temos de mostrar formas de escapar à dor, temos de levar esses agressores à justiça.

As mulheres devem poder voltar a viver livres e independentes.

Por conseguinte, antes do fim do ano iremos propor uma lei sobre o combate à violência contra as mulheres. Trata-se de garantir a aplicação eficaz da lei, a prevenção e a proteção, em linha e fora de linha.

Trata-se de fazer respeitar a dignidade de cada indivíduo, de garantir a justiça. Esta é a essência da Europa. Temos de a tornar mais forte.

Senhoras e Senhores Deputados,

Para terminar, permitam-me evocar uma liberdade que dá voz a todas as outras: a liberdade dos meios de comunicação social.

Há jornalistas, homens e mulheres, que são atacados pelo simples facto de fazerem o seu trabalho.

Alguns são ameaçados e espancados, outros são tragicamente assassinados. No seio da nossa União Europeia. Gostaria de citar alguns nomes. Daphné Caruana Galizia. Jan Kuciak. Peter de Vries.

As suas histórias podem ter pequenas diferenças. Mas há algo que têm em comum: todos eles lutaram pelo nosso direito à informação. E morreram por defenderem esse direito.

A informação é um bem público. Temos de defender os defensores da transparência, as mulheres e os homens jornalistas.

Por esse motivo, apresentamos hoje uma recomendação no sentido de melhorar a proteção dos jornalistas.

E devemos travar todos aqueles que ameaçam a liberdade dos meios de comunicação social. Os meios de comunicação social não são uma empresa qualquer.

A sua independência é fundamental. É por isso que a Europa precisa de uma lei que garanta essa independência.

No próximo ano, apresentaremos precisamente uma lei sobre a liberdade dos meios de comunicação social.

Quando defendemos a liberdade dos nossos meios de comunicação social, estamos também a defender a democracia.

 

CONCLUSÃO

Senhoras e Senhores Deputados,

Reforçar o ideal europeu de Robert Schuman que invoquei anteriormente é um trabalho contínuo.

Não devemos esconder as nossas incoerências e imperfeições.

Por muito imperfeita que possa ser, a nossa União é deliciosamente única e unicamente bela.

É uma União que reforça a liberdade individual graças à força da comunidade.

Uma União moldada tanto pela história e pelos valores que partilhamos como pelas diferentes culturas e perspetivas que a integram.

Uma União com alma.

Não é fácil encontrar as palavras certas para expressar a essência deste sentimento. É mais fácil pedi-las emprestadas a alguém que nos inspira. Por isso, trago hoje uma convidada de honra para este espaço.

É possível que muitos já conheçam esta italiana, vencedora de uma medalha de ouro, que conquistou o meu coração este verão.

Porém, talvez não saibam que, em abril, ela recebeu a notícia de que tinha a vida em perigo. Foi sujeita a cirurgia, lutou e recuperou.

Apenas 119 dias depois de deixar o hospital, ganhou uma medalha de ouro nos Jogos Paraolímpicos. Senhoras e Senhores Deputados, acompanhem-me nas boas-vindas a Beatrice Vio. Bebe, embora ainda tão jovem, já ultrapassou muitos obstáculos.

A sua história é feita de uma luta contra as probabilidades. De sucesso baseado no talento, na tenacidade e num espírito positivo indomável. Ela é a imagem da sua geração: uma líder e uma defensora das causas em que acredita.

Alguém que conseguiu alcançar tudo isso por acreditar que, se parece impossível, pode ser feito. Se sembra impossibile, allora si può fare.

Este era o espírito dos pais fundadores da Europa e é, agora, o espírito da próxima geração europeia. Deixemo-nos inspirar por Bebe e por todos os jovens que mudam a nossa perceção do que é possível.

Que nos mostram que podemos ser o que quisermos ser. Que podemos alcançar tudo aquilo em que acreditamos.

Senhoras e Senhores Deputados,

Esta é a alma da Europa.

Este é o futuro da Europa.

Façamos com que se torne mais forte, em conjunto.

 

Viva l’Europa.

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Mais informação:

Vídeo na EbS.

Comissão von der Leyen: realizações 2020-2021.

Fotografia: copyright UE

Fonte: Representação da Comissão Europeia em Portugal

Antes do discurso sobre o Estado da União, a Comissão publica um resumo das realizações do ano passado

Em antecipação do discurso da Presidente Ursula von der Leyen sobre o Estado da União no dia 15 de Setembro, a Comissão apresenta hoje uma visão geral do seu trabalho e das suas realizações ao longo do ano passado.

Disponível em todas as línguas oficiais da UE, esta publicação descreve as medidas tomadas para responder à pandemia e para cumprir as prioridades políticas da Comissão.

Os dois focos principais são o trabalho incansável da Comissão para pôr fim à pandemia e para impulsionar as nossas economias através da “NextGenerationEU”, tornando-as ao mesmo tempo mais verdes, mais digitais e mais resilientes.

Este documento também contempla a ação da Comissão na cena internacional.

No ano passado, a Comissão lançou a Conferência sobre o Futuro da Europa, que está também incluída nesta publicação, que dá aos cidadãos a oportunidade de veicularem diretamente a sua opinião sobre o desenvolvimento da União.

A publicação inclui também um calendário de eventos e desenvolvimentos chave desde Setembro de 2020.

Todas as informações mais recentes sobre o discurso do Estado da União estão disponíveis aqui.

Dia 5 – A Bordo do Connecting Europe Express – Por Carlos Cipriano, Jornalista do Público

TURIM – MILÃO
No seu quinto dia de viagem o Connecting Europe Express fez o trajecto mais curto. Duas horas para ir de Turim a Milão. Mas antes da partida não faltou a habitual cerimónia que, neste caso, contou com o vice-ministro das Infraestruturas e da Mobilidade Sustentável, Alessandro Morelli e da vice-presidente do Senado italiano, Anna Rossomando.
Como de costume, a comitiva visitou a composição do comboio, começando sempre pela carruagem húngara que está transformada numa espaço expositivo onde se pode ver o mapa por onde o Connecting Europe Express passa e os investimentos na ferrovia que são financiados pelo CEF (Connecting Europe Facility). E são, na verdade, muitos milhares de milhões de euros distribuídos por mais de duas dezenas de países, aplicados sobretudo em infraestruturas, quer seja em novas linhas, quer seja em modernizar vias férreas já existentes.
Na viagem para Milão eis que viaja um grupo de jovens italianos, que integram uma associação europeia designada Horizontes Políticos e que viajam a convite da Europe Direct de Torino.
Andrea Colaiacomo estuda na Universitá Bocconi di Milano e está encantado com este comboio europeu, sobretudo com a magnífica carruagem suíça por causa da imensidão de vistas que esta proporciona. Defensor do transporte ferroviário, este jovem diz que o caminho para a transição energética e para evitar as alterações climáticas passa por uma maior aposta da Europa na ferrovia.
Numa viagem curta e com uma velocidade relativamente constante, a rondar os 160 km/h, o Comboio Europeu deu entrada na monumental estação de Milão às 14h50, quinze minutos mais cedo do que o previsto.
Amanhã segue para Roma e depois para Bolzano, St. Polten, Bratislava, Zagreb, Belgrado, Sofia, Atenas, Ruse, Bucareste, Arade, Varsóvia, Gdansk, Bialystok, Tallin, Vilnius, Kaunas, Cracóvia, Breclav, Brno, Praga, Munique, Berna, Frankfurt, Berlim, Copenhaga, Estocolomo, Hamburgo, Amesterdão, Bruxelas, Luxemburgo, Estrasburgo e Paris onde chegará no dia 7 de Outubro.
Já aqui se disse: serão 26 países, 20 mil quilómetros e 33 fronteiras na rota do Connecting Europe Express.
Boa viagem!
Carlos Cipriano
• Carlos Cipriano, natural do Bombarral e residente nas Caldas da Rainha, é jornalista do Público e aceitou pro bono partilhar com o Europe Direct Oeste, Lezíria e Médio Tejo a sua experiência a bordo do Connecting Europe Express durante os próximos dias.
Jovens do grupo Horizontes Políticos que viajaram a convite do Europe Direct de Turim.
Alessandro Carrata e Andrea Colaiacomo, dois estudantes da Universitá Bocconi di Milano.
Visita à carruagem onde se mostra os investimentos na ferrovia financiados pela Europa.
O vice-ministro das Infraestruturas e da Mobilidade Sustentável, Alessandro Morelli.