O presidente do Parlamento Europeu (PE), David Sassoli, anunciou a laureada na sessão plenária de quinta-feira, em Bruxelas, depois da decisão tomada na Conferência de Presidentes (composta pelo presidente do PE e pelos líderes dos grupos políticos).
“Congratulo as representantes da oposição bielorrussa pela sua coragem, resiliência e determinação. Por se terem mantido, e por ainda se manterem, fortes perante um adversário mais poderoso. Porém, elas têm do seu lado algo que a força bruta nunca poderá derrotar – a verdade. Portanto, a minha mensagem para vós, caras laureadas, é que se mantenham fortes e não desistam da vossa luta. Saibam que estamos do vosso lado”, disse o presidente Sassoli.
“Queria também deixar uma palavra relativamente à recente morte de um dos nossos finalistas deste ano, Arnold Joaquín Morazán Erazo, um elemento do grupo ambientalista Guapinol. Este grupo opõe-se a uma mina de óxido de ferro nas Honduras. É imperativo que seja aberta uma investigação credível, independente e imediata para este caso e que os responsáveis sejam responsabilizados”, acrescentou o presidente do PE.
Protestos contra um regime cruel
A oposição democrática na Bielorrússia é representada pelo Conselho de Coordenação, uma iniciativa de mulheres corajosas e de figuras proeminentes da política e da sociedade civil. Saiba mais sobre a laureada, bem como sobre os outros finalistas deste ano, aqui.
A Bielorrússia está envolta numa crise política desde as eleições presidenciais de 9 de agosto, que levaram a uma revolta popular contra o Presidente Alexander Lukashenko. Na sequência destes protestos, o regime bielorrusso iniciou uma repressão severa contra os manifestantes.
Na quarta-feira, o PE aprovou um relatório com novas recomendações, apelando a uma revisão compreensiva das relações da UE com a Bielorrússia. Saiba mais aqui.
A cerimónia de entrega do Prémio Sakharov irá decorrer a 16 de dezembro.
Contexto
O Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, assim chamado em homenagem ao físico e dissidente político soviético Andrei Sakharov, é atribuído anualmente pelo Parlamento Europeu. Foi criado em 1988 para homenagear pessoas e organizações que defendem os direitos humanos e as liberdades fundamentais. O valor monetário do prémio é de 50.000 euros.
No ano passado, o prémio foi entregue a Ilham Tohti, um economista uigure que luta pelos direitos da minoria uigure na China. |